8.12.10

FOCO

Tem gente que diz, e eu to começando a acreditar, eu quando algumas coisas na sua vida ao bem, outras tem que ir mal. E quando vai mal, cruzes, vai muito mal.

Cheguei num nível incrível de estar de saco cheio. Só me lembro de ter me sentido assim uma única vez, e logo depois veio a solução dos meus problemas. Eu preciso, com mais urgência que você possa imaginar, arranjar outro emprego. Da última vez que me senti assim foi quando peguei um estágio, que realmente me dava muitas regalias (tipo sair pra resolver um troço e voltar cheia de compras), mas que era um sofrimento. O meu chefe deu férias à secretária e tive que cuidar de tudo, inclusive dele: um senhor de mais de 70 anos, que tinha hora pra remédio, lanche da tarde, com direito a Nescau que eu tinha que preparar e sanduíche. E pegar o contra-cheque dele (de taxi, tudo bem. E eu não pegava o taxi ficava com o dinheiro. Shhhh....). E ficar no apartamento novo da filha dele esperando irem instalar o telefone. E ir pegar documentos na casa dele.

Quando achei que meu futuro era virar babá, arranjei um estágio que só me trouxe coisa boa.

(Um parênteses:)

Fui fazer uma prova de concurso, e sentei do lado do ex-caso, que surgiu nesse estágio bacana, e me deu nojo de mim mesma. Fico impressionada como eu era capaz de sair com gente que me dá pena hoje em dia, o que só pode significar que o ser humano e questão não era mesmo um pretendente decente.

(Outro parênteses:)

Esses dias fui ver o pessoal do antigo estágio, na "casa nova", e tive o prazer de saber que, de longe, fui a melhor estagiária que aquela equipe teve até hoje.

Voltando.

Pois bem, o estágio veio em boa hora, infelizmente estágio em cartório só traz lembrança boa e experiência, porque emprego mesmo, só com concurso.

Enfim, depois de muitas crises e um emprego dos infernos, parei aqui. No começo tudo são flores, eu era feliz, meus colegas de trabalho uns amores. Minha saúde, com exceção da depressão, estava boa.

Em compensação eu me sentia uma bosta solitária no mundo, a mais feia de todos os Patinhos feios já descritos nas piores e mal escritas história de crianças e outras coisas não andavam bem.

E o que aconteceu?

Arranjei um belo par, estou super duper happy com ele.

Meu emprego? Só degringolando e eu chegando no mesmo nível de "EU ODEIO ISSO AQUI" que estava no estágio-babá, minha saúde anda meio caótica e não sei pra onde correr.
Na boa, não agüento mais. É tipo querer chorar toda madrugada, as 5:45, quando eu acordo(e tem dias que choro. Domingo então, é batata). Trabalhar a semana inteira e só ter o domingo de descanso, que dura menos do que as horas que passo aqui dentro(sim, estou no trabalho).

Tenho descoberto aos poucos que, certas coisas, pessoas e situações, não são pra qualquer um. Não existe essa história de que você precisa se adaptar ao mundo, de um modo geral, às pessoas, e etc, etc, etc.. E eu já passei pelo período de adaptação e não me adaptei. Porque aqui não é pra mim.


Tem uma colega minha que fica indignada, dizendo sempre que aqui não é o meu lugar, e realmente não cheguei à conclusão de que não é.

Infelizmente, ainda sofro conseqüências de momentos péssimos na minha vida, e uma dessas, foi vir parar aqui, e também é continuar aqui enquanto não arranjo outra coisa. É não trabalhar na minha área e ter a sensação de que essa "área" vai mudar, porque não vejo um futuro muito brilhante nela.

Só sei que eu realmente cheguei no meu limite. Num nível tão brabo, que cogito trabalhar em loja de shopping, sem dia certo pra folga, trabalhando até altas horas sem saber quando realmente sair. Resolve o lado do sentimento miserável que sinto, tira a infelicidade do meu peito, mas realmente não facilita minha vida pra tentar alçar outros vôos. Em compensação não vou ter pesadelos sobre o que as pessoas vão fazer comigo, no meu cubículo/solitária. E nem queiram saber, pesadelos horriveis.

Me dei um prazo, até bastante estendido, que é o dia do meu aniversário. Minha mãe quer que eu agüente completar 1 ano, mas ela não tem noção do que eu passo.
Vamos ver até lá o que me aparece, mas não estou parada e ao mesmo tempo não posso sair com uma desesperada por pura falta de tempo. E não posso achar que vão me dar um emprego bem colocadinho no meu colo(não reclamo não, viu). Mas estou focada. E dificilmente me foco tanto, com tanta obsessão em alguma coisa, como estou em sair daqui. 
Bom... mas se eu for começar a falar da minha saúde, não saio mais daqui e tá na hora de almoçar. Foco. FOCO

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