31.5.10


Se eu tivesse acesso a internet, melhor, permissão, muita coisa seria postada mas chego em casa e metade do que gostaria de escrever se vai e a outra metade é insignificante o suficiente pra eu não me dar ao trabalho de escrever.
Te dizer que esses das foram bem interessantes. Não que a minha vida seja interessante porque não é. Mas alguns fatos relacionados a outras pessoas que não eu.
Porque interessante é quem tem vida social. Porque tentar convencer que minha vida é muito maneira, sendo que quando não estou trabalhando estou na minha cama, seria tentar te passar um atestado de burrice.
Olha, não aguento com gente que fala devagar. E detalhista. Tipo tudo na mesma pessoa. Eu sou detalhista mas falo rápido, então imagino que passe rápido. Mas aquela pessoa que diz até como era o toque do celular do caso que ela tá contando, falando à velocidade de um bicho preguiça ao acordar, me enlouquece. Mas eu relevo e escuto tudo. Porque não tenho coragem de pedir pra pessoa pular detalhes desnecessários, ou falar mais rápido.
E sabe o que cansa? Mas cansa mesmo? Eu dizer todo-fim-de-semana que vou sair, que vou me divertir, tomar uma cerveja, ir a igreja e não fazer absolutamente nada. Da última vez que fiz algo, foi confirmar minha presença numa festa, que obviamente não compareci. Por falta de coragem.
Daí só me resta lamentar a minha falta de coragem de viver, enfrentar meus monstros e tentar ser feliz. E essa semana eu tava comentando com uma colega, que preciso mudar algumas coisas e ela logo falou que eu tinha que arranjar um namorado. Ms sério, como vou arranjar um namorado se nem na padaria eu vou, se ela não estiver no meu cronograma de casa-trabalho? Sério, isso é patético. E se eu morrer solteira, e nem titia eu posso ser, já que sou filha única, ainda vou culpar o mundo inteiro por ter nutrido todos os meus monstros e complexos e chegar à conclusão de que eu tinha razão. E olha, acho que eu terei razão em algum momento sim; porque sair, me colocar no mundo e de repente me interessar por alguém e ser obrigada a viver um amor, 2, 3 não correspondidos, só vai confirmar todos os meus medos mesmo.
E aí eu sou obrigada e escutar minhas colegas lindas e felizes e comprometidas e saudáveis e sociáveis, e fazer cara de paisagem quando elas cismam em me chamar pra sair, sendo que no fundo eu falo pra mim mesma que eu não vou.
Da mesma forma que eu não sei se vou prestar essa bendita prova de OAB .Passei 2 meses muito animadinha pra voltar a estudar e quando a realidade vem, eu me tremo toda e começo a dar pra trás. Igual a um ex alguma coisa que tive: era só ficar muito perto da realidade que ele caía fora, ele gostava da teoria. E eu acho que ele é gay. Mas abafa.
Falando em gay, a mesma pessoa que um dia me pediu em casamento e depois disse que não casava comigo porque eu sou "maior" que ele, é gay. Eu já suspeitava mas tá rolando uns papos estranhos lá no trabalho e tudo faz muito sentido. E agora parei pra pensar e a outra pessoa que um dia disse que queria casar comigo é esse ex alguma coisa que eu tenho certeza de que de mulher ele não é muito fã. Isso quer dizer que a possibilidade de morar com um gay e criarmos uma criança juntos é grande.
Essa semana tem feriado e eu olho vários lugares que gostaria de ir, algumas pendências que gostaria de resolver e hoje digo que farei alguma coisa quanto a isso. Mas na verdade, na verdade, vou é ficar em casa comendo mingau. Porque só preciso de vontade, coragem fica do lado de fora da porta. No mundo das pessoas dispostas, bonitas, alegres, magras, felizes, corajosas. Ou que tomam antidepressivos.



1 falam(m) e eu escuto.:

Anônimo disse...

Sobre o medo, escute Vinicius. A obra inteira.
Sobre a tristeza, escute Candeia. E Cartola.
Sobre a velhice, escute Nelson Cavaquinho. A obra inteira.
Beijos.

Postar um comentário