12.4.10

Muito prazer, meu nome é Mediocridade.

Se eu fizesse o que deveria fazer, não estaria do jeito que estou agora.
Se eu fosse aonde deveria ir, não estaria aonde estou hoje.

Parece muito sem sentido mas são as frases mais sensatas que simplificam qualquer explicação sobre como é minha vida.
Me tornei uma pessoa extremamente medíocre.
Logo eu, que passei anos me entitulando medíocre, talvez numa tentativa de autopiedade. Eu sou muito critica, talvez também seja isso. Talvez.
O que importa mesmo é saber que medíocre é a situação que me encontro hoje. Se antes eu me perdia nas minhas dúvidas, não sabia como escolher, hoje eu escolho e mal.

Fazem 10 anos que saí do colégio. E 2 que saí da faculdade. Nem comento meu gap entre um e outro porque já aceitei isso pra mim.
Mas saí da faculdade mal das pernas. Ou da cabeça. E foi só piorando, até eu desistir de tudo, de OAB, de concurso... e to sobrevivendo numa selva que não é meu habitat. Porque depois de 2 anos de formada, ir trabalhar num local que nem parte da minha realidade faz, é o cúmulo. E eu me submeti a isso,

Muita gente não entende, a maioria, com certeza. Nem minha mãe entende. Mas também muita gente não sabe o que é ter depressão. E não to falando de tratar ou não, isso são outros quinhentos, assunto que vai muito além da minha rebeldia.

Críticas à parte, não lido com meus medos. Não sei mais conviver com frustrações.
Daí hoje eu faço um trabalho que não gosto, não concordo com 70% dos procedimentos inerentes à minha função e ainda sou obrigada a aturar uma chefe que acha que você não faz nada certo. NUNCA. 
E me oferecem 2 oportunidade melhores, muito melhores pelo menos 1 delas era, por medo. 
Tudo bem que realmente não me arrependo porque eu não me vejo fazendo aquilo e trabalho burocrático é mais adaptável.
E não faço o concurso no qual me inscrevi porque perdi a noção do tempo, chego em casa podre e não estudei tudo e não quero imaginar não passar.
E vou protelando a bendita OAB porque não to estudando, não tenho mais tempo e me recuso a fazê-la sem realmente me atualizar.
E ninguém entende isso.
Talvez seja eu quem precisa entender que meu medo me domina de um jeito triste, mas é ocm isso que trabalho hoje e ele não vai embora, então eu me viro como dá.
Não quero mais ficar no meu emprego e não posso sair porque fiz merda há 1 ano e to consertando agora. Não estudo porque não dá tempo e não faço a prova porque não estudei.

Se minha mediocridade parasse aí, tudo bem. Tudo bem nada!
Sou medíocre até pra "escolher" com quem me relacionar. Eu só quero um namorado bacana - se é que isso é possível nowadays- e continuo às voltas com machos alfas, não resisto à convites sedutores e fico vivendo um ciclo vicioso de estar sempre procurando sarna pra me coçar, como minha mãe diria.
O dia de cão que tive hoje faz com que eu pense que isso é o de menos. Macho alfa nessa altura pode ser a solução dos meus problemas...
Tá, exagerei, mas to tão down in the dumps que até merda cheira bem hoje.

Fato é que minha vida é uma merda e eu disfarço bem porque to cansada de pagar de coitada.
Odeio meu trabalho, não tenho como sair dele sem me ferrar bonito, não consigo sair disso, vendo uma penca de vagabundos da faculdade super bem e eu aqui.
To solteira, o que me torna extremamente vulnerável à fantasmas que nunca se tornam passado porque eu sou frouxa e bate carência e eu escuto o que quero e o que preciso e me arrependo depois porque sei que mereço coisa melhor, mas que não virá enquanto eu for esse ser medíocre que sou hoje.

Medíocre.

1 falam(m) e eu escuto.:

Anônimo disse...

Oi tudo bem? Visitei o seu blog por indicação da minha irmã e não pude deixar de me solidarizar com você.

Entendo perfeitamente tudo o que você disse, já passei por momentos iguais (e estou passando por outro bem semelhante).

Um grande amigo meu adotou como filosofia de vida profissional a seguinte declaração: "Eu amo o meu trabalho pelo simples fato de odiá-lo, pois a partir do momento em que eu o odeio eu me sinto motivado para me tornar um profissional melhor e largar essa merda de trabalho que eu tanto amo".

Faz todo sentido: se você amar de verdade o que você faz, você não moverá uma palha sequer para mudar sua vida profissional.

Pense nisso.

Um abraço

Felipe

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